
Ver Sex Education nos faz refletir sobre o que há por trás
de cada realidade e comprova a teoria oriental de que cada um de nós carrega em
si um universo. Refletindo sobre a série e sobre o que ela se trata chegamos a
muitas conclusões, por isso, decidi bater um breve papo com o meu pai (que
também assistiu à série) e alguns dos pontos que eu tratar nesse artigo será
pontos que meu pai destacou na série! Então, vamos lá!
Sex Education não é sobre kit gay ou algo que vá induzir
nós, adolescentes, a fazer sexo desenfreado só pelo simples ato de assisti-la.
Acho que devo pontuar isso de primeira, pois esse é um artigo escrito por uma
adolescente de 16 anos que vive a mesma realidade estudantil dos personagens.
Mas para que vocês entendam um pouco mais sobre a série eu aconselho que você
assista e depois leia o resto desse texto, posso garantir que não vai demorar
muito para que você termine a série é pequena e muito envolvente!

O primeiro ponto a ser bordado é sobre o elenco e os
personagens. A atriz que interpreta a Maeve é a cara da atriz Margot Robbie e isso
é extremamente estranho. A complexidade dos personagens e as suas histórias não
deixam a desejar em nenhum momento da série. Os personagens ao mesmo que tempo
que alguns têm uma evolução (como o Pai do Eric ou o próprio Otis) outros não
nos impressiona tanto por serem importantes e bons de serem desenvolvidos, mas
acabam tendo uma complexidade “genérica”.

Não vou dizer que fiquei impressionada com o desenrolar da
historia do Jackson porque todas as séries adolescentes trabalha pelo menos um personagem
que faz algo que foi designado pelos seus pais! Em Elite foi o Ander que não
queria ser jogador de tênis, em Gossip girl o Nate não queria seguir a empresa
do pai e agora o Jackson não quer ser aquilo que suas mães querem que ele seja!
Não me entendam mal, não estou desprezando o personagem até porque no
desenrolar de sua historia você vai entendendo como tudo acontece e como ele
reage ou o que ele acha da sua vida e do que fazem dela.

A personagem Maeve é sem dúvidas a mais justificada na
série e todos os seus complexos são explicados no desenvolvimento dos
episódios. O episodio que mais me tocou foi o episódio em que a Maeve decide fazer
o aborto. A série soube aproveitar o tema de todos os ângulos possíveis e
mostrou a complexidade e a realidade em que as mulheres na sala de espera
estavam vivendo, cada uma da sua forma tentando lidar com algo que é muito difícil.
As cenas pós-caborto são as mais delicadas da série inteira por tratar do
assunto de forma tão leve e sem julgamentos e mostrando um ponto de vista
imparcial do caso. Não podemos discordar que a Maeve trocando de pudim com a
sua parceira de quarto foi de partir o coração.

A realidade do Eric é uma das mais complexas e isso não tem
como negar, confesso que achei lindo quando ele foi à igreja e o pastor o
recebeu de braços abertos e gente eu queria muito ser daquela igreja, que coral
era aquele! Mas voltando para o Eric, desde o início da série nós vemos o
universo e com o passar dos acontecimentos vemos que o que realmente será
aproveitado da sua historia é o seu relacionamento como o próprio pai e a sua percepção
de segurança (tanto com ele mesmo quanto perante a sociedade) ao mostrar quem
ele realmente quer ser. Confesso que não entendi muita coisa sobre ele e o Adam,
mas acredito que será explicado melhor na segunda temporada.

A cobrança que o Adam passa em casa e a expectativa abaixo
de zero que ele deixa explicito para os seus pais é totalmente o que Freud um
dia defendeu sobre sermos reflexos dos meios em que fomos criados. A sua
postura perante sociedade e a sua posição “nem aí” faz com que suas ações sejam
justificadas com: “Ah deixa o Adam para lá, ele é burro então nem liga muito” o
que acaba sendo um estereótipo muito batido quando discutimos sobre
popularidade, beleza que não orna com inteligência e o quanto o filho do Diretor pode ser o pior aluno da escola. Fiquei com pena dele no final da série
a acho que mesmo ele sendo um caso perdido na visão do pai, ele ainda merece uma
chance de ser melhor ainda mais depois do que o Adam revelou para a série e
para ele mesmo.
P.s: Amém a Madame apareceu!
Até que enfim chegamos ao meu favorito que é o (neném) Otis! A
infância do Otis é o verdadeiro significado da relatividade (a do Jackson também).
Alguém o coloca no colo e fala que vai ficar tudo bem? O Otis é a prova viva da
frase “filho de peixe, peixinho é” só que mais ou menos. O Otis claramente tem
problemas em praticar o ato sexual porem não tem problema nenhum em aconselhar
sobre ou falar sobre relacionamentos MESMO ELE SENDO UMA NEGAÇÃO COM
RELACIONAMENTOS! Não nego que me vi muito no Otis! Ele é a representação da
insegurança na série mesmo tudo conspirando para ele ser a pessoa mais segura
do elenco!

A sua amizade com o Eric é incrível e a forma com que a sua mãe lida
com eles é linda! Para mim a cena mais linda da série foi a deles dançando no
baile da escola, aquela cena não tem preço e sinceramente eles mostraram a relação
deles dois sem forçar barra nenhuma! É uma relação espontânea.

Já a relação da Jean, que é a mãe do Otis, com ele, é um tanto quanto interessante, mas ao mesmo tempo preocupante. No inicio da série vemos a forma com que ela leva a própria vida e no decorrer da série vemos o que a levou para esse tipo de comportamento! O seu relacionamento com o Otis, mesmo que seja liberal e aberta para qualquer tipo de conversa ou aconselhamento, dá para perceber a distancia entre ela e o Otis nessa fase da adolescência dele. As invasões e tentativas de dizer: “filho tudo bem você conversar com a mãe sobre o que seja que está te incomodando” acaba não colando muito com o Otis. A explicação da trava do Otis vem como um tapa de realidade na gente, mas o próprio Otis não assume. E como já era de se esperar, era por causa dos pais!

Assuntos como aborto, gravidez, divulgação de fotos íntimas (nudes), a masturbação feminina que foi abordada de forma tão simples e que eu só vi nessa série! A forma com que a série aborda a descoberta do próprio corpo é de se admirar porque esse conteúdo acaba sendo muito distorcido pela pornografia e outros meios que pessoas falando sobre sexo.

O fato da série falar abertamente sobre um assunto tratado como tabu, faz com que nós vejamos essas coisas com um olhar menos preconceituoso e isso acaba nos edificando como seres críticos que devemos ser. Nos mostra que não necessariamente, todos somos quem mostramos ser para as pessoas e nos faz refletir sobre quem e como são as pessoas quando elas saem do ambiente de convívio social e entra para o ambiente familiar
Eu amei a série e adorei saber que as pessoas também
gostaram. Ansiosa estou pela segunda parte (temporada). Netflix ajuda ae!

Espero que tenham gostado e deixa ai nos comentários o que
vocês acharam da série e se quiserem podem até me indicar mais séries hein!
Agora o blog tem um perfil no instagram hein! Segue lá
@theblogheygal
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