Aprisionada



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 Odeio admitir isso, mas vendo a felicidade deles, percebi que sinto falta disso. Por mais que eu tente provar o contrário, sinto falta de alguém para ser meu porto seguro, em quem eu possa confiar, dividir meus sonhos e segredos. Talvez seja por isso que ainda sou tão apegada a ele.
  Eu tento esconder essa ferida e digo que ela não existe mais, porém não tenho paciência para esperar ela curar de vez e não há como acelerar o processo, por isso que é mais fácil esconder. Tento pelo menos encontrar uma cura mas meu corpo inteiro dói. Parece que o meu corpo gosta de lembrar de um sentimento que não volta mais.
  Mas ao mesmo tempo, tenho muito medo que o tempo passe, e ele continue me lembrando de que uma das pessoas que eu mais amei, não retribuiu da mesma forma, o meu amor teve condutor mas não teve um receptor.
  Enquanto fico nesse conflito, o tempo vai passando, e eu fico na mesma, sem conseguir seguir a minha vida. Sinto-me presa em minha suposta liberdade. Liberdade essa que você tanto insistiu em conquistar sem a minha presença. Não esqueci dos nossos bons momentos, mas também não esqueci do seu discurso final que me dizia e me iludia, dizendo que eu estava livre?
  Que liberdade é essa? Eu só sei chorar. Quanto tempo eu não sei o que é realmente ser livre, pois viajo o mundo e me sinto só... você me disse que eu seria só! Te fiz feliz, arquitetei uma pessoa nova em você e o que eu recebi foi um cativeiro com todos os meus medos na verdade nem eles estão comigo... te ergui e você só fez me cavar meu próprio poço. Conseguiu ser livre de você e me aprisionar em sofrimento.
Meu avô sempre me ensinou que meus sentimentos são pássaros procurando um ninho mas como o meu pássaro vai encontrar um ninho se ele está aprisionado na gaiola que você arquitetou?

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