Sobre Distâncias!


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 Meu coração se despedaça toda vez que eu  preciso falar sobre isso. E não! Não é nada pessoal. Só não consigo conter a minha tristeza ao ver mais uma vez a distância separando mais um possível épico amor! Não dá. É muito para mim. Logo eu, que escrevo e sinto através das linhas e das palavras, a distância de duas pessoas que se amam e tem tudo para dar certo.
 E não me venha com o papo de que a distância serve para aproximar com a saudade, pois o que eu os vejo sentindo, é a pior das dores. É a dor do querer o toque, o abraço, o conselho... O amor! Vejo-me triste, pois sou poeta, meu sonho é que as distâncias não os separe, mas como nem tudo o que a gente sonha vira a realidade, hoje, vejo-me sentada em frente a um computador, escrevendo sobre as distâncias, como eu sempre faço.
 Vim despejar a minha tristeza. Por ver muitas distâncias separando amores, amizades, pessoas e sonhos. Vejo as distâncias, dos sentimentos nos separando de quem está ao nosso lado e vejo os quilômetros de distância, de quem mais quer estar perto. Vejo pessoas que não dão a mínima para si mesmas - distanciando-se de suas identidades. 
 Como não chorar? Como não se entristecer com isso? Ser plateia das distâncias hoje, para mim, tem sido uma tortura! A vontade que muitas pessoas têm de um simples abraço que está no momento em outra cidade e outras pessoas que carecem de um abraço que está na distância de um palmo ou de um simples “oi”.
 Passeando pela cidade li um cartaz simples, que dizia tal coisa: “E nada é mais triste do que duas pessoas que se gostam e se querem, mas por, alguma razão, não podem ficar juntas”. E vim pensando no ônibus, era em minha opinião, a pior hora. Pois era a hora que eu estava mais propícia a pensar em tudo o que tenho vivenciado e testemunhado.  Desculpa-me, é que ser poeta me deixou sensível à distancias.
 Vejo pessoas tão distantes em momentos que deveriam estar tão próximas e pessoas tão próximas que deviam estar tão distantes! Vejo casais sendo separados pelos oceanos das redes sociais e pelos quilômetros da confiança. Observo e escuto ligações que não deveriam nem sair do mesmo bairro sendo estendidas para as mais longínquas cidades.  Vejo pessoas machucadas pela distância e calejadas de noites em claro, pois se perderam em pensamentos em busca de uma solução.
 E não pense que não te observei enquanto você pensava, naquela noite em que ele foi embora. Sei que você repete a cena da sua despedida, aquela em que ele entra no carro e nunca mais volta. E eu também sei que dói! Dói demais. A distância a deixou aqui, sem ele e sem o seu abraço. 
 E sinto muito ao dizer que essa dor só passa se você permitir que a distância deixe esse amor, como mais uma dos seus muitos amores eternos.


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